7 de abril de 2010

Moradores denunciam descaso e risco de dengue

Após descaso ter sido publicado no HOJE EM DIA, funcionários da Conservadora Vargas já trabalhavam na limpeza da barragem



Considerada como um dos cartões-postais de Belo Horizonte, a Lagoa da Barragem Santa Lúcia, no Parque Jornalista Eduardo Cury, na Região Centro-Sul, nunca esteve tão abandonada, segundo moradores. Mato alto e assoreamento do lago já formam poças que, a qualquer momento, podem se transformar em criadouros do Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue. Na terça-feira (6) pela manhã, após denúncia de descaso publicada no HOJE EM DIA, pelo menos dez funcionários da Conservadora Vargas - contratada pela Regional centro-Sul - já trabalhavam no local na capina e roçagem das margens e retirada de material dos trechos assoreados da lagoa.
Morador do bairro há pelo menos 20 anos, o médico João Penna, 57 anos, que fazia sua caminhada na orla da lagoa confirmou o descaso na barragem. “O local está precisando de cuidados que, felizmente, parecem ter se iniciado hoje (terça). Observamos trechos muito sujo e pontos onde o assoreamento da lagoa vai acabar formando poças de água parada de mosquito. Se não houver cuidados, poderão, sim, se transformar em criadouros de mosquito transmissor da dengue”, avaliou.
A dona de casa Maria Aparecida Ribeiro, 35 anos, que mora no local há 32 deles, também não poupou críticas á conservação do espaço. “Parece que está tudo abandonado, isso aqui nunca esteve tão sujo. Eles começaram a trabalhar aqui, mas ontem (segunda-feira) havia um monte de meninos tomando banho na lagoa”, disse. Maria Aparecida disse que no bairro havia comentários de que pelo menos dois meninos estariam com dengue. “Acho que deve ter sido por causa dessa água parada aí”, avaliou ela.
O diretor de gestão operacional da Fundação de Parques Municipais de Belo Horizonte, Reginaldo Junqueira, afirmou que um projeto para a Barragem Santa Lúcia já está pronto e que aguarda apenas o levantamento de verba para a execução. Os valores orçados chegam a R$ 1 milhão. Segundo ele, o dinheiro pode fazer ser conseguido por meio da Lei de Compensação Ambiental.
O projeto inclui, além do desassoreamento de 30 mil metros cúbicos de terra da lagoa, a recuperação da barragem e das pedras do lago, a alteração do estilo da comporta e a troca do piso dos campos e dos seus cercamentos. De acordo com o diretor, o projeto será entregue até setembro. “Em 60 dias é possível realizar todo esse trabalho, mas, infelizmente, precisamos esperar o fim do período de chuvas.
Em relação aos possíveis focos de dengue, Junqueira garantiu que o local recebe vistorias mensais da zoonose. “A questão paisagística está bem mantida, a limpeza é feita com frequência e o mato não está alto. Essa obra não chega, entretanto, para abrandar questões estéticas. Esse projeto se preocupa essencialmente com a possibilidade da vazão da água da barragem para a Avenida Prudente de Morais”.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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