26 de maio de 2010

Circuito Cultural da Liberdade mostra Minas bem na foto


Mais do que registro fotográfico, o Memorial de Minas Gerais, que fará parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, quer identificar todos os municípios do Estado por meio de uma imagem. Um mapa de Minas será montado com uma foto para cada um dos 853 municípios registrando uma praça, casas centenárias, um cantinho curioso, a marca da cidade. A inauguração acontece em agosto, e milhares de imagens serão pesquisadas para se chegar ao resultado final.
Ao tocar na localização de um município no mapa, o visitante virá abrir a imagem que representa a cidade. Para montar o acervo, a Secretaria de Estado da Cultura firmou convênio com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dentro do Projeto República. A coleta e pesquisa das imagens está sendo feita por pesquisadores da universidade e será repassada ao curadores do Memorial. Ainda serão definidas quais imagens representarão os diversos municípios que formam a geografia do Estado.
Segundo o coordenador do projeto, Bruno Viveiros, o primeiro passo foi dado dentro da UFMG, onde há um universo de alunos, professores e funcionários que vieram de cidades do interior.

Comunidade acadêmica enriqueceu trabalho da UFMG

Com a transferência das secretarias de Governo da Praça da Liberdade para a Cidade administrativa, em Vespasiano, os prédios do complexo estão sendo reformados e transformados para o Circuito Cultural, abrigando museus, centros culturais e salas de espetáculos e deve ser inaugurado no segundo semestre, provavelmente em agosto. O Memorial de Minas Gerais Vale, com 31 salas, irá funcionar no antigo prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, projetado e construído entre1893 e1897. No mês passado, foi anunciada a criação do Museu do Homem Brasileiro, que ocupará o prédio da Secretaria de Viação.
Bruno Viveiros, da UFMG, adianta que para o Memorial serão analisadas e catalogadas mais de 3 mil imagens, que já estão de posse dos pesquisadores, sendo feito um “filtro” reduzindo para um número menor, repassado para os curadores que darão a palavra final sobre quais serão usadas para identificar cada município. “O acervo total não será descartado porque como a ideia é renovar constantemente, estas estarão à disposição, catalogadas e tratadas”, afirmou.
A participação da comunidade acadêmica é muito produtiva, segundo Viveiros, com envio de material de boa qualidade. O estudante de Engenharia de Produção, André Porcaro, mandou uma imagem de sua cidade, Eugenópolis. “Acho legal poder participar deste tipo de projeto, apesar de não saber exatamente o que será feito, mas resolvi participar e mostrar um pouco de minha cidade”, disse. Ele acrescenta que a imagem em questão é da Serra do Brito, que cerca a cidade.

Um pedaço de cada cidade

O estudante de Engenharia Mecânica Gilvan Borges, de Três Marias, que fica a 300 quilômetros de Belo Horizonte, na Região Central, também gostou da iniciativa. “Fiquei feliz com a iniciativa de divulgar um pedaço de cada cidade do nosso Estado e mostrar um pouco da diversidade de paisagens e culturas que temos”, contou.
Mesmo quem não teve oportunidade de enviar imagem, espera encontrar uma instalação que identifique as cidades, com o olhar de seus moradores. “Sou de Barbacena e a imagem que me vem à cabeça é da festa das rosas, que acontece todos os anos, em outubro. Tenho muitas fotos dos desfiles e isto marca”, afirmou a contadora Dulce Dias , que trabalha para o grupo de teatro Ponto de Partida.
Para o arquiteto, autor do projeto museográfico e curador do Memorial, Gringo Cardia, todo o acervo será renovado com o passar dos anos, não se tornando uma estrutura estática. “ O Museu terá seu conteúdo em constante renovação por meio de suporte tecnológico e de um núcleo de pesquisa dentro do edifício”, disse. Ele acrescenta que a ideia de renovação fará o museu ser uma novidade mesmo para aqueles que já o conheceram em uma primeira visita.
O Memorial foi criado para mostrar aos visitantes a riqueza cultural e política do Estado. O prédio que o abrigará será trabalhado como ponto de encontro social, de informação e de uso de novas tecnologias, onde as pessoas poderão interagir com os espaços pela tecnologia e das atrações culturais que serão oferecidas.

O que se pode ver no Circuito Cultural

A reforma e restauração dos prédios que integram o circuito cultural, a maioria em estilo neoclássico e construídos nas décadas finais do século XIX e no início do século passado, estão orçadas em R$ 90 milhões. Cerca de 95% dos investimentos são de empresas privadas e o restante, do Governo estadual.
Alguns prédios já estão em funcionamento, como o Espaço TIM UFMG do Conhecimento, aberto dia 21 de março de 2010, e que ocupa o antigo prédio da Reitoria da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). O prédio de cinco andares abriga um planetário, observatório astronômico e um conjunto de exposições temáticas
Museu das Minas e do Metal EBX, no antigo prédio da Secretaria de Estado de Educação também já está em funcionamento, para mostrar as minas e recursos naturais explorados no Estado. Inaugurado no dia 22 de março, mostra a mineração e a metalurgia em perspectiva histórica.
Joia principal do acervo arquitetônico da Praça, o Palácio da Liberdade já pode ser visitado, no último domingo de cada mês. O palácio foi construído em estilo eclético com influência neoclássica e serviu de moradia para vários governadores. O local passou por ampla restauração.


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