26 de maio de 2010

3 mil multas por falta do cinto de segurança

A chance de uma pessoa sobreviver com o cinto de segurança em um acidente grave é de pelo menos 80%. Sem o equipamento, o índice cai para 20%. A estatística, apresentada pelo perito Paulo Ademar de Souza Filho, especialista na investigação de acidentes, vem sendo ignorada por, pelo menos, 3.039 motoristas e passageiros de Belo Horizonte que, sem o cinto de segurança, acabaram multados pela PM nos últimos cinco meses.
Este tipo de infração de trânsito é a quarta mais cometida pelos motoristas da capital - que possui uma frota de 1,2 milhão de veículos. O estacionamento em local proibido é o campeão, com 22.547 multas desde dezembro de 2009, quando a BHTrans foi proibida de multar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Não usar o cinto de segurança é infração gravíssima. Além de cinco pontos anotados na carteira de habilitação, o motorista paga multa de R$ 127. O maior número de multas por este tipo de infração foi aplicada em janeiro deste ano (865).
De acordo com a PM, o segundo maior motivo de multas é o uso do celular ao volante e, em terceiro, o avanço de sinal.
O perito Paulo Ademar de Souza Filho afirma que a polícia e os órgãos de trânsito devem aumentar as operações para multar os infratores. “Quando dói no bolso, as pessoas pensam duas vezes antes de cometer uma infração de trânsito”, avalia o especialista.
Mas basta observar o trânsito por alguns minutos na Avenida Afonso Pena, Região Central de BH, no período da manhã, para se constatar que muitos motoristas parecem não se importar em levar multas ou em colocar a vida em risco no trânsito.
É o caso do motorista Afonso Salvador, 22 anos, que, mesmo a poucos metros de PMs que fiscalizavam a via, não fazia questão de usar o acessório. “A verdade é que só uso o cinto nas estradas. Dentro da cidade já me acostumei a ficar sem. Sei que é errado, inseguro e posso ser penalizado, mas isso tornou-se um hábito para mim”, afirma.
Já a contadora Júlia Oliveira Maciel, 32 anos, de Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH (RMBH), foi multada no mês passado na Rua Tupis, na esquina da Avenida Olegário Maciel. “Andei menos de 200 metros com o carro, que estava parado na frente da casa de uma amiga. Eu ia levá-lo para um estacionamento, mas quando eu parei no sinal tinha um policial do meu lado. Não posso reclamar, já que eu estava errada”, lamenta.
E não é preciso esperar muito para se deparar com outros exemplos de desrespeito e infrações, como carros nas faixas de pedestres, veículos estacionados em filas duplas ou em locais proibidos. A justificativa dos motoristas é sempre a mesma. “Parei rapidinho aqui para esperar um amigo, já vou sair”, garante o motorista que parou a Parati em local proibido.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

Nenhum comentário: