12 de maio de 2010

Apesar de protesto, UFMG mantém Enem no lugar da 1ª etapa



Cerca de mil alunos de cursinhos e escolas particulares de Belo Horizonte realizaram um protesto, na tarde desta terça-feira (11), contra o uso da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em substituição à primeira etapa do Vestibular 2011 da UFMG. A mudança foi anunciada pela instituição no último dia 10 de maio. Os estudantes alegam que a segurança do Enem não é confiável, e que o processo precisaria amadurecer mais antes de ser adotado pela Federal.
De acordo com o reitor da UFMG, Clélio Campolina, que recebeu uma comissão formada por seis alunos e escutou as reivindicações por uma hora e 20 minutos, dificilmente o processo será revertido. Um abaixo-assinado e uma carta elaborada pelos estudantes foram entregues ao reitor.
Ainda segundo Clélio Campolina, a decisão de adotar o Enem no lugar do vestibular foi tomada pelo Conselho Universitário, formado por 57 representantes. Destes, 70% são professores, 20% alunos e 10% funcionários. “Na reunião, 100% dos representantes dos alunos votaram a favor da adoção do Enem já neste ano”, garante Campolina.
O reitor destaca também que, graças à mudança, a instituição deve economizar cerca de R$ 1,5 milhão, que seriam gastos na primeira etapa. Além disso, as inscrições, que custariam R$ 136 neste ano, deverão cair para R$ 90. Com a alteração, as provas da segunda etapa devem acontecer na última semana de janeiro - a data ainda não foi definida. Na inscrição, o candidato deverá escolher um curso. Os três melhores colocados, por vaga, no Enem fazem a segunda etapa.
Para o estudante Thales Gabriel Gomes Vilela, 19 anos, que pretende disputar uma vaga no curso de Medicina e que participou da reunião com o reitor, o resultado do encontro desapontou. “Não somos contra o Enem, mas contra a forma como ele foi aplicado no ano passado. Pessoas falando no telefone celular durante a prova, gente indo ao banheiro ou saindo da sala sem acompanhamento. Quer dizer, nenhuma segurança contra fraudes”, afirma.
Acompanhados de um carro de som, parte dos manifestantes se vestiu de vermelho e branco. Entre as faixas, dizeres como “Abaixo a Ditadura do Enem” e “Enem - Enganação Nacional do Ensino Médio”.
De acordo com o reitor Clélio Campolina, das 11 universidades federais do Estado, a UFMG era a única que ainda não adotava o exame em seu processo seletivo. Das 54 em todo o país, apenas cinco deixam o Enem de fora.
No ano passado, a prova do Enem foi roubada e oferecida a uma jornalista de São Paulo, que denunciou a fraude. O exame foi cancelado dois dias antes da data da prova e remarcado para o mês seguinte. Na segunda prova, três questões foram anuladas e vários alunos reclamaram da falta de fiscalização nas salas onde o exame foi aplicado.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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