18 de maio de 2010

BH é segunda melhor em saneamento básico



Belo Horizonte é a segunda entre as 12 capitais que vão sediar jogos da Copa do Mundo 2014 com melhor saneamento básico, só perdendo para Brasília. Entre as cidades-sede, a capital mineira é a que precisará de menos investimentos para universalizar o acesso à coleta de esgoto e para tratar 100% dos efluentes coletados: pouco mais de R$ 317 milhões. A água distribuída no município já é toda tratada. A destinação do lixo, aumento da coleta seletiva e a caça a ligações de esgoto clandestinas serão os maiores desafios enfrentados pela administração pública nos próximos quatro anos.
As estimativas estão no estudo “Gol do saneamento: como atingir a meta da universalização até a Copa 2014”, divulgado na segunda-feira (17) pelo Instituto Trata Brasil, uma Organização Social Civil de Interesse Público (Oscip) fundada por empresas e entidades brasileiras ligadas à área de saneamento. Os dados são coletados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados por especialistas do próprio instituto e da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ainda de acordo com o estudo, as doze cidades-sede da Copa precisam investir juntas R$ 9,6 bilhões para atingir a universalização dos serviços de saneamento básico e oferecer saneamento adequado até a chegada do Mundial. Os maiores investimentos teriam que ser feitos em São Paulo (R$ 2,079 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 1,488 bilhão) e Manaus (R$ 1,411 bilhão).
Ao todo, os pouco mais de R$ 10 bilhões seriam aplicados para que todos os cidadãos das 12 cidades tivessem água tratada, esgoto e lixo coletado e todo o esgoto tratado antes de ser jogado no rio de novo até o primeiro apito do próximo mundial. Dos 12 municípios escolhidos para receberem os jogos, cinco estão com índices de acesso à rede de esgoto abaixo dos 50%.
Segundo André Castro, presidente do Instituto Trata Brasil, para garantir a universalização serão necessários, além dos recursos financeiros, avanços na qualidade de gestão: “Quando constatamos as disparidades entre os níveis de cobertura dos serviços, concluímos que a falta de financiamento não é a única responsável pelo atraso do setor”, disse.
De acordo com o mesmo Trata Brasil, Belo Horizonte era, em 2008, a 10ª cidade brasileira no ranking de saneamento básico entre as 81 cidades do país com mais de 300 mil habitantes. A lista considerou fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto e coleta de lixo.
Das sete cidades do Estado com mais de 300 mil pessoas, a mais bem colocada no ranking de saneamento era Uberlândia. A cidade era a 51ª em 2003, e chegou a quarta colocação em 2008. BH caiu de segundo para décimo lugar. Na sequência aparecem Montes Claros (21º), Contagem (23º), Juiz de Fora (24º), Betim (53º) e Ribeirão das Neves (60º). No topo da lista aparece Jundiaí, no Interior de São Paulo. O último lugar ficou com Porto Velho (RO).
Também nesta semana o Governo de Minas começa a fazer, em parceria com Fundação João Pinheiro, o primeiro levantamento estadual sobre a situação de distribuição de água, coleta e tratamento de esgoto e coleta de lixo de todos os 853 municípios.
O levantamento será feito com as prefeituras e seus departamentos de água. De acordo com o pesquisador da FJP e coordenador do trabalho, Ricardo Ojima, é a primeira vez que o levantamento completo será feito em um estado brasileiro. Os últimos dados disponíveis sobre saneamento de forma geral no país foram coletados pelo IBGE em 2000. Um novo Censo Nacional do Saneamento foi feito em 2008, mas os resultados ainda não foram divulgados.
A intenção é que todas as informações estejam sistematizadas até o final de novembro. Os dados devem ser atualizados, depois, a cada dois anos. “Os números são fundamentais para um panorama completo da situação, e para que sejam desenvolvidas políticas concretas e metas para cada área”, destaca.
Ainda segundo ele, os dados servirão de base para ações das secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Obras e Saneamento, que poderão traçar metas e identificar ações para trabalhos em conjunto. “Será possível, por exemplo, identificar as áreas sem coleta de esgoto ou sem aterros sanitários e cruzar esses dados com a mortalidade infantil ou com o avanço da dengue. É uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento de políticas públicas de sucesso”, destaca. Os resultados parciais do levantamento estarão disponíveis no site http://seis.fjp.mg.gov.br).
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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