29 de julho de 2010

Rios no estado tão poluídos quanto o Ribeirão Arrudas

O Ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte, não sustenta mais o título de curso d’água mais sujo do Estado. A falta de saneamento básico e de investimentos em despoluição deixam os rios do interior de Minas em situação crítica. Em Caratinga, por exemplo, cidade do Vale do Rio Doce com uma população de 80 mil habitantes – 30 vezes menor do que a da capital –, o principal corpo d’água local foi pior avaliado que o Arrudas.
Os rejeitos domésticos são, na maioria das vezes, o vilão da poluição nos corpos d’água. Mas obras realizadas na capital, como a construção de duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), apontam que, tomadas as medidas necessárias, o meio ambiente se recompõe mais rapidamente do que se possa imaginar.
Essas são algumas das conclusões do projeto “A Mata Atlântica é aqui – exposição itinerante do cidadão atuante”, organizado pela Fundação SOS Mata Atlântica. No primeiro semestre deste ano, o projeto esteve em seis cidades do Estado analisando a água dos rios. Em quatro delas – BH, Caratinga, Juiz de Fora e Teófilo Otoni –, a situação dos cursos d’água foi considerada ruim. Nas outras duas (Montes Claros e Januária), a classificação foi “aceitável”.
As análises seguiram um padrão definido por resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que leva em conta 14 indicadores diferentes, entre eles a oxigenação da água, a quantidade de peixes, a presença de coliformes, larvas e vermes, a cor e até o cheiro.
Para a coordenadora do Programa Rede das Águas, Malu Ribeiro, os resultados são assustadores. “A sociedade precisa assumir sua parcela de responsabilidade e, principalmente, reduzir a emissão de lixo e descartar devidamente seus resíduos”, destaca. Nos seis rios analisados, foram encontradas grandes quantidades de sacolas plásticas e materiais como garrafas pet e sapatos.
Ainda segundo Malu Ribeiro, medidas simples, como a compra de produtos ambientalmente menos agressivos, podem melhorar a situação a curto prazo. “O fosfato, por exemplo, está nos produtos que usamos em casa. Para evitar que ele vá parar em nossas águas, é ideal que tenhamos consciência na hora de comprar”, diz.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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