17 de junho de 2010

Sem Morumbi, Mineirão é cotado para abertura da Copa


O final da novela Morumbi, que nesta quarta-feira foi oficialmente descartado pelo Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 (COL) e a Federação Internacional de Futebol Associado (Fifa), como um dos 12 estádios que receberão jogos do próximo Mundial, não altera o planejamento de Belo Horizonte, rival de São Paulo na briga por receber o jogo de abertura da competição. Quem garante é Tiago Lacerda, presidente do Comitê Executivo da Copa 2014 de Belo Horizonte.
“Para a gente não muda absolutamente nada o veto ao Morumbi. O nosso trabalho continua o mesmo, de gestão integrada com o Núcleo Gestor das Copas do Governo do Estado. Continuamos levando adiante os projetos do Mineirão, de mobilidade, de expansão da rede hoteleira, entre outros”, afirmou.
Exatamente às 13h42 (de Brasília) desta quarta-feira, a CBF postou, em sua página oficial na internet (www.cbfnews.com.br), uma curta nota em que informava que o COL e a Fifa tinham decidido pela exclusão do Morumbi do projeto da Copa do Mundo de 2014.
Segundo o comunicado, a decisão foi tomada porque o Comitê da Cidade de São Paulo não entregou ao COL e à Fifa as garantias financeiras referentes ao projeto Morumbi, que tinha sido aprovado em 14 de maio. O estádio necessitaria de investimentos de R$ 630 milhões para ficar apto a receber jogos do Mundial. Mas o São Paulo, dono do estádio, não conseguiu garantias bancárias para o empréstimo de R$ 400 milhões que será feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O clube resolveu, então, apostar em um projeto de valor bem mais baixo, em torno de R$ 260 milhões, mas, como era a sexta mudança de planos no estádio paulista, o COL e a Fifa resolveram nem analisar a nova proposta. Nesta quarta, foi feito apenas uma confirmação do que já era do conhecimento de todos. No final de junho, o presidente da delegação brasileira na África do Sul e do Corinthians, Andrés Sanches, já tinha afirmado ao HOJE EM DIA que a abertura da Copa do Mundo de 2014 não seria no Morumbi. Mas o dirigente garante que a partida será em São Paulo, em um estádio que será erguido em Pirituba, na Zona Norte da capital.

Estreia do Brasil adiou anúncio

O anúncio da exclusão do Morumbi da Copa do Mundo de 2014 só não foi feito na última terça-feira pelo COL e a Fifa porque o Brasil estreava no Mundial da África do Sul e foi considerado que não era o dia ideal para divulgar um medida de tanto impacto negativo na maior cidade brasileira.
A batalha de São Paulo agora é contra o tempo. O projeto de uma arena em Pirituba, com um grande centro de convenções ao lado e muita área livre para estacionamento realmente existe. Mas faltam menos de quatro anos para a Copa do Mundo de 2014 e, se a cidade quiser receber jogos da Copa das Confederações de 2013, precisa ter seu estádio concluído até dezembro de 2012.
Isso não deixa de ser um ponto positivo para Belo Horizonte. “Realmente, estamos bem mais adiantados, pois a obra do Mineirão, por exemplo, já está entrando na segunda etapa. A terceira e última deve ter a licitação publicada após o Mundial da África do Sul. Em São Paulo, por mais que exista um projeto, eles terão que começar do zero”, avalia Tiago Lacerda, que, mesmo assim, acredita na capacidade e competência paulista para erguer a arena.
Na Casa Brasil, onde participou nesta quarta do lançamento de um livro, o ministro dos Esportes, Orlando Silva Júnior, lamentou a situação vivida por São Paulo, seu domicílio eleitoral: “Fico triste que a novela do Morumbi tenha esse desfecho, depois de meses de debate, de projeto e de um esforço que o governo fez para viabilizar o orçamento. É inexplicável a situação de São Paulo, a maior cidade do Brasil. Agora a palavra é do comitê paulista, que tem de arrumar uma alternativa para não ficar fora de um evento que vai mobilizar o país”. Para ele, a decisão do COL e da Fifa exige um posicionamento do comitê paulista.
Enquanto os paulistas se viram para arrumar um estádio, para que não fiquem de fora da festa em 2014, Lacerda garante que Belo Horizonte trabalha para se destacar na Copa do Mundo: “Nós estamos estruturando a cidade para receber qualquer um dos 64 jogos da competição. Se der para a abertura ser um deles, ótimo, pois teremos condições para isso”.
Um posicionamento oficial sobre o local da partida de abertura, ele garante que só será dado pelo Comitê de Belo Horizonte e pelo Núcleo Gestor de Copas do Governo do Estado, quando se tiver uma definição oficial. “O que se tem, até agora, é muita especulação. A Fifa ainda não decidiu onde será a abertura. Não adianta ficar falando sobre hipóteses. Quando houver confirmação, vamos nos posicionar”, disse Lacerda.
O maior ponto fraco da capital para receber a abertura da Copa, que é a rede hoteleira, nesta semana deu um sinal de que passa por um período crítico. Na segunda-feira, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), transferiu o Troféu José Finkel de Belo Horizonte para o Rio de Janeiro. Para a mesma data, em setembro, está agendado o Congresso Mundial de Cardiologia. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, há projetos em andamento para que Belo Horizonte tenha leitos suficientes durante a Copa de 2014.
De acordo com o presidente do Núcleo Gestor da Copa 2014, Tadeu Barreto, Belo Horizonte continua na briga pela abertura do Mundial e a Copa das Confederações. “Já éramos candidatos fortes e continuamos a ser”, afirmou. Ele reconheceu que hoje a rede hoteleira de Belo Horizonte não é suficiente, mas estará apta para receber grandes eventos em 2013 e 2014.
...Fonte :"Jornal Hoje em Dia"

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