10 de agosto de 2010

Fim de obras no Arrudas libera trânsito na Tereza Cristina


Com a conclusão das obras de rebaixamento do piso e de concretagem da parede e fundo do Ribeirão Arrudas, o trânsito foi normalizado, nesta segunda-feira (9), no trecho da Avenida Tereza Cristina entre as avenidas Presidente Juscelino Kubitschek e Nossa Senhora de Fátima, no sentido bairro/centro, Região Noroeste de Belo Horizonte. Isso significa que os motoristas já podem trafegar pelas duas faixas que estavam fechadas desde o último mês de março. Iniciadas em abril do ano passado, as obras reforçaram a vazão do Arrudas na tentativa de atenuar as enchentes, que assustam a população da região no período chuvoso. Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, as precipitações devem começar em setembro e há previsão de temporais.
Jane Gonçalves, 34 anos, não pode ver o tempo nublado que fica receosa e sente medo. Moradora da Rua Palestina, situada em frente ao córrego Ferrugem e paralela ao Arrudas, no Bairro Madre Gertrudes (Região Oeste) a dona de casa viveu de perto o drama das famílias locais no Réveillon de 2009, quando o ribeirão transbordou após chuvas fortes. Seis pessoas morreram afogadas, carros foram arrastados e a água invadiu dezenas de casas que margeiam a Tereza Cristina.
“Me lembro que a água chegou na altura dos fios de alta tensão. Sorte que minha residência tem um outro pavimento e pude ficar em cima da laje, acompanhando os móveis dos vizinhos e veículos que iam embora na enxurrada”, lembra Jane, ironizando que, no começo deste ano, a água só chegou no nível da sua garagem.
Jane conta que a Prefeitura de BH esteve no local para averiguar o quadro, mas que ninguém falou em mudanças. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que planeja construir uma bacia de contenção no córrego Ferrugem para se evitar a sobrecarga no Arrudas e novas inundações. Mas, até o momento, só estão em execução as bacias no complexo dos córregos Bonsucesso e Olaria/Jatobá, ambas na Região do Barreiro. O chamado “piscinão” do Bonsucesso vai ser inaugurado em 2011, enquanto o outro depende do cadastramento das famílias que terão de ser removidas.
A vista da janela da cozinha de Kelly Oliveira, 28, e a mãe Cleusa Oliveira, 55, é justamente o córrego Bonsucesso. Portanto, elas convivem diariamente com a incerteza do que vai acontecer nos meses chuvosos. Cleusa espera que a bacia funcione e que nunca mais precise se deparar com o cenário de destruição verificado em 2009.
“Duas residências vizinhas desmoronaram com a força da correnteza. Nós saímos correndo com as crianças, tentando salvar o que encontrávamos e fomos para áreas altas”, recorda-se. Para Cleusa, já passou da hora das autoridades tomarem providências.
De acordo com assessoria da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, nenhuma família corre risco de vida por causa de desmoronamentos ou deslizamentos na capital. A Prefeitura afirma também que a Companhia Urbanizadora de BH (Urbel) mapeou as regiões críticas. Segundo a PBH, entre outubro de 2009 e abril de 2010, os técnicos realizaram mais de 4.200 vistorias em moradias de vilas e favelas. Foi preciso remover 359 famílias, sendo 298 de forma definitiva e 61 temporária.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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