23 de agosto de 2010

BH quer alcançar a marca de 100 parques até 2020


A Belo Horizonte centenária quer alcançar os três dígitos também em número de parques públicos antes de findar a segunda década deste século. Até 2012, a capital mineira vai ganhar nove parques, ampliando o número de áreas verdes na cidade, que hoje somam mais de 8,5 milhões de metros quadrados.
Até o final deste ano, a legislação excessivamente proibitiva dessas áreas será revista, o que possibilitará aos belo-horizontinos diversificar práticas desportivas e de lazer em muitos desses logradouros, como andar de bicicleta, patins e até mesmo passear livremente com suas mascotes.
Recém-concluído, o diagnóstico dos 69 parques municipais existentes na capital resultou na classificação de cada área, que passarão a ser exploradas de acordo com suas características, entre naturais, recreativas e históricas. De acordo com o diretor de Planejamento da Fundação de Parques Municipais, Jorge Espeschit, assim que o projeto for votado no Legislativo serão formuladas as novas regras, desta vez mais permissivas.
“Do ponto de vista formal, a prefeitura sempre tratou as possibilidades de uso dos parques da cidade com base nas legislações estadual e federal, que são extremamente proibitivas. Em tese, os usuários deveriam agendar visitas em função do grau de restrições”, observa.
“A prioridade é a preservação de recursos naturais, deixando claro que parques não são praças. Nessas áreas protegidas existem fauna, flora, nascentes, biomas importantes, como nos parques das Mangabeiras e Fort Lauderdale, onde há vegetação de canga, que ocorre apenas nessas regiões, além da fauna e flora com características específicas”, completa.
Iniciado em 2009, o diagnóstico de cada área detectou as características específicas. A tendência, segundo Espeschit, é promover a reforma do antigo regulamento tratando dessa diversidade. Segundo ele, nas áreas naturais serão mantidas restrições vigentes, como no Mangabeiras, Ageu Pio Sobrinho, Burle Marx e Ursulina Mello, onde é comum a soltura de animais exóticos, como tartarugas, micos e peixes. Ao portar doenças, sobretudo pneumonia, as espécies introduzidas acabam contaminando os animais da fauna endêmica.
Projeto-piloto visando a alteração de regras foi implantado no Parque Orlando de Carvalho Silveira, na Região Nordeste, onde os frequentadores podem entrar de bicicleta e com animais de estimação, “privilégio” consentido em poucas áreas da cidade, como o Parque Rosinha de Cadar, na Zona Sul, onde acontece encontros de cães todos os sábados. “É imprescindível que a cidade abra mais espaço para que possamos levar nossos cães para passear”, defende o empresário Douglas Rodrigues.
Para o vigilante Geraldo da Silva, que vê no Parque Municipal Américo Renné Gianetti um dos locais mais aprazíveis da cidade, a revisão das regras atuais será decisiva para que cada vez mais famílias frequentem essas áreas públicas. “Minha filha, por exemplo, sempre insiste em levar nosso cãozinho para passear. Não é nada fácil convencê-la de que essa prática ainda é proibida em parques que frequentamos”, lamenta. Os novos parques que serão implantados nos próximos dois anos foram definidos por meio do Orçamento Participativo.
Ainda segundo Espeschit, o Programa Drenurbs/Nascente, implementado em fases sucessivas, está promovendo a despoluição dos cursos d’água, a redução dos riscos de inundação, o controle da produção de sedimentos e a integração dos recursos hídricos naturais ao cenário urbano.
Após o saneamento, assegura ele, o entorno das nascentes será transformado em parques ecológicos oferecendo áreas de lazer e descontração para a população moradora da região.
Estão previstos dois novos parques, nas bacias dos córregos Bonsucesso, na Região do Barreiro, e Engenho Nogueira, na Pampulha. Dois outros funcionarão no Bairro Isidoro, Zona Norte, com mais de 500 mil metros quadrados de área verde. Os demais estão previstos para o Morro das Pedras, Serra, São Bernardo e Bonsucesso. Outra meta da PBH é municipalizar o Parque Estadual da Baleia, que passará a integrar o complexo da Serra do Curral.
A instalação de áreas específicas para a convivência de cães em parques de maior porte, como ocorre em grandes capitais, deverá ser adotada pela Fundação Municipal de Parques e Jardins de Belo Horizonte. A mobilização da comunidade, pondera Espeschit, é fundamental para conciliar a preservação e o uso dessas áreas.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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