11 de novembro de 2010

Prova perto da anulação definitiva, garante juíza


 A juíza do Ceará que concedeu liminar suspendendo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Karla de Almeida Miranda Maia, aguarda apenas a defesa do Ministério da Educação (MEC) para cancelar definitivamente as provas. No despacho em que proibiu a divulgação do gabarito, a magistrada aponta que “as falhas constatadas na aplicação do exame do Enem se operaram contra todos, pois a conduta incipiente dos fiscais de cada sala ensejou todo tipo de transgressão, especialmente no que se refere à presença de celulares dentro das salas de prova”.
A juíza indicou que poderá anular o exame com base nas argumentações da Procuradoria da República do Ceará. De acordo com o procurador Oscar Costa Filho, o caso do repórter que mandou o tema da redação para um jornal em Pernambuco “escancara a vulnerabilidade, a insegurança da aplicação da prova”. O exame apresentou também problemas de impressão, questões repetidas e sequência numérica invertida.
Ainda segundo o procurador, o repórter é passível de ser incriminado. “Esses fiscais do Enem 2010 não tiveram o menor treinamento para aplicação de uma prova. Foram fiscais escolhidos informalmente. Olha, está tudo errado”, afirmou Costa Filho.
O procurador também diz que o contrato com a gráfica RR Donnelly está sob suspeita. “Os responsáveis têm de pagar pelo que fizeram. Temos que questionar, na origem do problema, dispensa de licitação. É um contrato milionário (R$ 68 milhões)”, concluiu.
A decisão da juíza Karla Maia ainda não foi tomada porque ela aguarda o prazo de 20 dias para a defesa do MEC e demais entidades envolvidas na realização do Enem.
Mineiro que postou mensagem no Twitter foi desclassificado
Nessa quarta-feira (10), o MEC anunciou ter eliminado três estudantes que participaram do Enem, no último fim de semana, ainda durante a prova. Um deles é de Minas Gerais, mas o ministério não informou o nome nem onde ele realizou o exame. Os jovens utilizaram o telefone celular para acessar o Twitter. Uma equipe do Inep, instituto responsável pelo exame, monitorava o microblog quando percebeu que os alunos postavam mensagens. O problema ocorreu também com um estudante em Tocantins e com outro de Pernambuco. Nos três casos, segundo o Ministério da Educação, a prova foi tomada dos alunos por fiscais.
Na segunda-feira, a Associação dos Estudantes Secundaristas da Grande Belo Horizonte (Ames) espera reunir mil pessoas em uma manifestação na Praça da Estação, em Belo Horizonte, às15 horas, contra as falhas na aplicação das provas. Entre as reivindicações está o posicionamento de todas as universidades que usaram o Enem como parte de seu vestibular em relação à suspensão do exame. “Não somos contra o Enem, mas é preciso repensar o modelo de vestibular unificado”, disse Gladson Reis, presidente da entidade. Estão previstas manifestações em outras capitais do país.
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) reiterou na quarta-feira o posicionamento de esperar os desdobramentos na Justiça antes de tomar qualquer decisão. A instituição depende do resultado do Enem para dar prosseguimento ao processo seletivo. As notas do exame do MEC serão usadas em substituição à primeira etapa.
Na quarta-feira, a Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa aprovou requerimento para realização de audiência pública para discutir as falhas na aplicação da prova do Enem.
O objetivo é averiguar os prejuízos causados. Deverão ser convidados representantes do MEC, Inep, universidades e estudantes. A data ainda não foi definida. (Com agências)
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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