24 de novembro de 2010

Manifestantes 'fecham' a Avenida Cristiano Machado


Depois da tromba d'água que causou morte e prejuízos nas regiões Norte e Nordeste de Belo Horizonte, na manhã desta terça-feira (23), moradores do Bairro Primeiro de Maio fizeram uma manifestação na Avenida Cristiano Machado, no fim da tarde, ateando fogo em colchões, sofás, cadeiras, fechando o trânsito no local. De acordo com a polícia, os moradores queriam saber o que a prefeitura pretende fazer para evitar que enchentes, como a de hoje, aconteçam novamente e sobre a mudança da rodoviária para região.
A revolta dos manifestantes, conforme o líder comunitário Homero Rodrigues da Silva, 48 anos, era o descaso da prefeitura, que não foi no local das ocorrências para saber as condições em que as pessoas ficaram depois da enchente. "Moro na região há quase 25 anos e nunca tinha visto uma inundação tão grande como essa", O líder comunitário acusa a construção da Linha Verde como uma das causas do problema. "Depois da construção, problemas com alagamento aumentaram, já que falta um sistema de escoamento. Tem gente aqui que perdeu tudo. Algumas famílias estão até sem comida”, afirmou o líder comunitário.
Para o empresário David Correia Coelho, 29, representante dos comerciantes da região, cerca de 50 estabelecimentos foram atingidos pela água. Ele conta que o prejuízo na loja de materiais de serralheria que administra chegou a R$ 30 mil. Outro ponto levantado pelo empresário é que a PBH anunciou este mês que a nova rodoviária vai ser construída no Bairro São Gabriel, próximo ao local da enchente. Coelho afirma que, se as inundações continuarem, além dos moradores e dos comerciantes, viajantes e empresas de transporte vão ficar presos em Belo Horizonte. “Isso aqui está uma vergonha. Assim todos vão ficar sem ter onde morar, trabalhar e daqui uns tempos sem viajar”, avaliou.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que agentes estão visitando toda a região afetada e que ainda não foi possível passar em todos os lugares. Mas que até terça-feira (24), os trabalhos sejam encerrados. Já sobre a nova rodoviária, a PBH alegou que a construção ainda não começou e que a Secretaria Municipal de Políticas Urbanas e a Regional Nordeste vão fazer um rescaldo sobre o que aconteceu e fazer as modificações para evitar inundações.
O Governo de Minas, responsável pela obra da Linha Verde, informou que existem escoamentos suficientes para tirar a água da avenida. O problema foi o volume da chuva em um curto espaço de tempo. Agentes da Defesa Civil Estadual e Secretaria de Estado de Obras Públicas (Setop), vão ao local para avaliar possíveis reformas.
Os militares do Corpo de Bombeiros estiveram no local para combater as chamas e, segundo o Sargento Geraldo Dorotério Ferreira, foram gastos cerca de 4.000 litros de água e 20 minutos para apagar o fogo. Os manifestantes usaram gasolina e óleo diesel para queimar os materiais. De acordo com o Capitão Cinírio Gonçalves Gomes, nenhuma pessoa foi presa e não houve confronto com os militares.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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