14 de setembro de 2010

Médicos fazem ação contra o câncer de pele

No próximo fim de semana os belo-horizontinos vão poder se consultar e tirar dúvidas sobre câncer de pele gratuitamente. A ação faz parte do Tour de Prevenção ao Câncer da Pele, que passará por 11 cidades do Brasil. No dia 18 de setembro, das 9 às 15 horas, o evento acontece no Parque das Mangabeiras; no domingo, dia 19, é a vez do Parque Municipal abrir as portas, também a partir das 9 horas. Nesses locais, médicos da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Minas Gerais e profissionais da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Dermatologia (Sobende) terão duas salas de atendimento e outra de espera para fazer os trabalhos.
Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o tumor de pele é o mais frequente no Brasil - representando 25% de todos os tipos de câncer malignos registrados no país. Entre eles, o ‘não-melanoma’ é o de maior incidência e pode apresentar tumores de diferentes linhagens. Dois deles são os mais comuns: o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular.
O primeiro é responsável por 70% dos diagnósticos no país. Para identificá-lo, o diretor do Departamento de Dermatologia da Associação Médica de Minas Gerais, José Rogério Regis Júnior, é preciso observar se a lesão não cicatriza há mais de quatro semanas, se é elevada, com aparência brilhante (perolada) e se dentro dela é pode-se enxergar, a olho nu, pequenos vasos de sangue.
Já o carcinoma espinocelular é normalmente constituído por cascas (crostas) avermelhadas, tem igual tendência a não-cicatrização que podem se espalhar por todo o corpo. O diretor destaca, entretanto, que é o tipo de câncer mais grave entre os outros tumores - embora represente apenas 4% dos casos registrados no Brasil, conforme números do Inca. “Este tipo traz novos sinais ou pintas, geralmente assimétricas, com bordas irregulares que mudam ou têm mais de uma cor, e têm lesões maiores de 0,5 centímetros”, explica.
Dados do Inca informam que, em 2010, 113.850 novos casos de câncer de pele não-melanoma (sendo 53.410 homens e 60.440 mulheres) podem surgir no país. Para os casos de câncer de pele melanoma, a estimativa é de 5.930 novos casos (sendo 2.960 homens e 2.970 mulheres).
A dúvida de muita gente, entretanto, é saber o momento certo de procurar um médico e se de fato é necessário fazê-lo sem criar falsas expectativas. Segundo o dermatologista Leandro Alvim, o especialista deve ser acionado quando as manchas coçarem, arderem, escamarem ou sangrarem. Também deve-se observar quando os sinais ou pintas mudarem de tamanho, forma ou cor; as feridas não cicatrizarem em quatro semanas; ou quando houver dor ou uma mudança na textura da pele.
Sabe-se hoje que os principais fatores de risco para desenvolver o câncer de pele vêm de um histórico familiar propício para a doença. Mas ela também acomete as pessoas de pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros; aqueles que trabalham frequentemente expostas ao sol sem proteção adequada; os que têm exposição prolongada e repetida ao sol na infância e adolescência. “É na infância e adolescência que as pessoas se expõem a 80% do sol da vida inteira. Por isso, alertamos tanto para os cuidados com essas faixas etárias”, afirmou José Rogério Junior.

Protetor solar é o principal aliado

Atualmente, existem muitos e grandes aliados no combate ao câncer de pele. O primeiro deles é o filtro solar. O fator de proteção acima de 15 deve ser usado diariamente, uma vez pela manhã, outra durante a tarde, nas áreas mais expostas do corpo, como o rosto, braços, mãos, pescoço e orelha. Se o destino for a praia, piscina ou cachoeira é preciso reutilizá-lo a cada duas horas.
Os outros aliados são os bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros, sombrinhas, camisa de manga longa e calça comprida. “A prevenção é sempre a melhor saída, mas, se os sintomas aparecerem, é melhor não entrar em pânico ou ignorar a situação. O câncer de pele apresenta altos percentuais de cura se for detectado precocemente”, destaca o dermatologista.
Dependendo do tipo de câncer diagnosticado, o indicado para tratamento pode ser a cirurgia, ou até mesmo uma pomada. Alguns casos precisam de radioterapia ou quimioterapia.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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