1 de setembro de 2010

Carro sem uso é um problema


Carro parado não é sinônimo de economia. Ao contrário, deixar o veículo sem uso por muito tempo pode acarretar problemas em diversos componentes e, consequentemente, grandes despesas. Freios, óleo, bateria, embreagem e até o combustível costumam ter a sua qualidade comprometida se o período sem uso for muito extenso. Nessa situação, algumas precauções são importantes para manter a vida útil do veículo. O avanço tecnológico ajudou a ampliar a folga em relação aos problemas resultantes do tempo parado. Mesmo assim, é bom olhar o carro de vez em quando, chutar os pneus.
A maioria dos problemas graves só começa a surgir depois de cerca de um mês com o veículo parado – mas este período pode ser até menor, caso o carro fique exposto à umidade, por exemplo. “A partir daí, a situação entra na lista como uso severo do carro”, aponta Alfredo Guedes Junior, supervisor de relações públicas da Honda. O principal problema, nesse caso, é a bateria, que, se não estiver com carga máxima, poderá ficar sem energia. Portanto, desligar os cabos da bateria antes de um longo período de inatividade preserva a integridade do sistema elétrica.
Também é recomendável não acionar o freio de estacionamento e colocar calços nas rodas para evitar que o carro se mova. O ativamento do freio de mão por muito tempo pode levar ao empenamento das sapatas. Além disso, a umidade de lugares como garagens e estacionamentos cobertos, pode fazer as lonas de freio “colarem” no tambor e deixem o carro travado. O engate das marchas também não é a solução ideal. “Se o carro for automático, melhor deixar em P. Se for manual, o ideal é engatar a marcha a ré”, completa Alfredo Guedes Junior.
A partir de seis meses de carro parado, os cuidados devem ser maiores. “O recomendado é que se bote um peso no pedal para deixar a embreagem acionada. Caso contrário, o disco pode colar no platô”, indica Reinaldo Muratori, diretor de engenharia e planejamento da Mitsubishi. O combustível também é afetado após muito tempo de armazenamento. A gasolina e o etanol perdem as suas propriedades detonantes e podem comprometer a alimentação na hora da ignição. No caso do diesel, o cenário fica ainda pior, já que é um combustível que apodrece. Nesse caso, é bom tirar todo o conteúdo do tanque antes do período de inatividade. O próprio reservatório de combustível pode apresentar problemas. Se o material usado for alumínio, as partes que não ficam em contato com o líquido tendem a oxidar.
Depois do período sem uso, uma limpeza no bico da injeção eletrônica também é recomendável para retirar os resíduos do combustível envelhecido.
Os pneus também merecem cuidado. Como o ar vai escapar ao longo do tempo, os pneus irão murchar e terão muita área de contato com o solo. “Isso é o que chamamos de pneu quadrado. Portanto, o ideal é o encher com uma pressão acima do especificado pela montadora. Assim, a forma do pneu vai ser preservada quando for recalibrado”, explica o engenheiro Carlos Henrique Ferreira, assessor técnico da Fiat. Caso o tempo inativo seja muito elevado, o uso de cavaletes para levantar o carro durante esse tempo é a melhor opção.
Apesar de tantos problemas, o avanço tecnológico ajuda na preservação do veículo. A maioria dos materiais de borracha nos carros fica em contato com algum tipo de líquido quando o motor está ligado. “Isso já foi problema. Hoje em dia, a fabricação destes produtos é muito rigorosa e, por isso, eles mantêm as qualidades mesmo depois de um ano sem uso” conta Reinaldo Muratori.
Mesmo assim, há extremos. Se o motorista não for usar o seu veículo por mais de um ano, a situação fica ainda mais crítica. Todos os fluidos internos do motor e do resto do carro tendem a endurecer e apodrecer. “Caso isso aconteça, fica muito difícil depois retirar esses líquidos para substituí-los”, revela Carlos Henrique Ferreira. Antes de uma inatividade tão grande, é aconselhável retirar todos os fluídos do carro. Inclusive água do sistema de arrefecimento e fluido da embreagem, apesar de serem componentes que dificilmente estragam.
...Fonte: "Yahoo"

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