14 de setembro de 2010

Campanha Nacional de Vacinação começa sábado

A Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte realiza no próximo sábado (18) a Campanha Nacional de Vacinação Antirrábica. A meta é vacinar cerca de 230 mil cães e gatos da capital, para manter o controle da raiva no município. Mais de 500 postos de vacinação estarão abertos em todas as nove regionais. O risco de efeitos colaterais registrados recentemente em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, que culminou na morte de dezenas de animais, é afastado pelo Ministério da Saúde para Minas Gerais.
Belo Horizonte não registra um caso de raiva em humanos há 26 anos. O último caso em animais registrado no município foi em 1989 e o último caso de raiva humana, em 1984. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a cada ano são registrados mais de 55 mil casos de raiva humana no mundo com a variante de cães.
Relatório do Ministério da Saúde garante que o Brasil reduziu enormemente o número de casos humanos transmitidos por cães e gatos devido às atividades de vigilância, controle e profilaxia humana adotadas. A campanha de vacinação contra raiva canina e felina é apontada pelas autoridades sanitárias como a principal atividade para prevenção de casos humanos e o controle da doença no seu ciclo urbano, o que possibilitou a redução de casos humanos transmitidos por cães e gatos de 52, em 1990, para dois casos em 2009, estando próximo da eliminação.
A meta de erradicação da doença foi definida conjuntamente por todos os países das Américas no ano passado e sua relevância e viabilidade levaram em conta que a doença apresenta uma letalidade próxima de 100% e que existem hoje as condições para eliminá-la.
Ainda segundo o Ministério da Saúde, a vacina Fuenzalida & Palacios, utilizada até o ano passado, foi substituída neste ano pela de cultivo celular, por apresentar maior poder de imunização e segurança, além de ser recomendada pela OMS.
Até junho deste ano, o Ministério da Saúde recebeu notificação das Secretarias Estaduais de Saúde do Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Norte de 79 eventos adversos graves, considerando os óbitos que, embora ainda estejam em investigação, estão possivelmente associados à nova vacina adotada.
As reações foram observadas até 72 horas após a vacinação. Desses eventos, 51,9% (41) foram em cães, 31,6% (25) em gatos e 16,5% (13) em espécie indeterminada na notificação. A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde argumenta que, segundo a literatura, as taxas encontradas estão abaixo do esperado.
Para o veterinário Marcio Brasil, a recomendação é que todos os donos de cães vacinem seus bichos. Os proprietários de animais muito velhos ou de filhotes, no entanto, devem ficar atentos ao local de vacinação.
Segundo o especialista, em cada posto passam entre 100 e 150 animais no dia da vacinação, que defecam, urinam e podem deixar micróbios e doenças. “Os donos de animais mais sensíveis devem chegar bem cedo ou vacinarem em clínicas particulares, até por segurança”, avalia o veterinário.
A dica é a mesma da veterinária Kátia Regina Polastri Mendonça. Segundo ela, os dois principais problemas das campanhas são o acondicionamento das doses em caixas de isopor, que perdem o poder de refrigerar por ficarem muito tempo abertas, e a quantidade de animais. “É praticamente impossível fazer a higiene correta entre um animal e outro”, afirma.
...Fonte: "Jornal Hoje em Dia"

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