20 de outubro de 2010

Mercado Central sedia 2ª fase de festival gourmet


A última fase do 2º Festival Gastronômico do Mercado Central, em Belo Horizonte, acontece nesse final de semana. O evento será realizado na sexta-feira (22) e no sábado (23), das 11 às 18 horas, e no domingo (24), das 10 às 14 horas. As vagas para as oficinas e palestras gratuitas estão com as inscrições esgotadas, mas o visitante pode aproveitar a ocasião para degustar produtos, de graça, nos estandes de dez empresas instalados no segundo andar do Mercado, no Barro Preto. No domingo, serão conhecidas as três receitas vencedoras do Concurso Novos Talentos, inspiradas no sertão brasileiro.
No último fim de semana, cerca de 5 mil pessoas passaram pelo festival. Um prato cheio para os comerciantes, que contabilizaram aumento nas vendas de até 70%, em relação a um fim de semana comum. Conforme o superintendente do Mercado, Luiz Carlos Braga, o apelo da temática “De Guimarães Rosa ao cerrado mineiro: o Sertão está à mesa”, fez com que muitos comerciantes comemorassem uma alta nas vendas de temperos, frutas secas, castanhas e carnes.
Entre eles está o gerente do Palácio da Feijoada, Marcelo Vidal. “Vendemos muita carne de sol e carne seca, que são produtos típicos do sertão”, observa. O vendedor da Banca Santo Antônio, especializada em temperos, Douglas da Silva, confirma o aumento de 70% nas vendas nos dias do festival. “Louro em folha, limão com ervas e colorau caseiro estão entre os produtos mais procurados”, diz. A situação, descreve, é sintomática: os participantes aprendem as receitas nos estandes e, depois, descem para comprar as mercadorias.
A premissa do Concurso Novos Talentos também dá mais fôlego às vendas. Os participantes têm uma hora para fazer as compras nas lojas. Para preparar, o tempo máximo permitido é de 1h45. A missão não parece tão impossível para o grupo da estudante de gastronomia da Faculdade Estácio de Sá, Isabela Tibo. Ela e os colegas prepararam três pratos.
A combinação do grupo contou com “espuma de pequi”, crocante de carne de sol e tomate refogado, além de camarão à pururuca flambado na cachaça com coulis (molho) de cagaita (fruta do cerrado), acompanhado de salada quente de feijão verde. Para a sobremesa, uma torre de castanha de caju com doce de abóbora. “O segredo para sair tudo na hora é dividir as tarefas entre os integrantes do grupo”, revela a estudante.
Para quem não abre mão de um bom tira-gosto, além dos botecos tradicionais do mercado, outra dica durante o evento é visitar a Arena Gastronômica, onde pode ser consumido um cardápio alternativo. Entre os pratos, salada de carne desfiada e asa de frango recheada ao molho de queijo canastra. “São receitas que retratam o gosto dos belo-horizontinos”, diz o coordenador do evento, Marcos Valério Rocha.

Um novo espaço para eventos

O projeto de ampliação do Mercado Central deverá ficar pronto em dezembro. Essa é a previsão do superintendente do centro de compras, Luiz Carlos Braga. O desejo dos administradores do Mercado é de que seja construído um terceiro andar no local, com mais 400 vagas rotativas de estacionamento e área de entretenimento, com restaurantes e salão de convenções.
A obra, que deve custar R$ 10 milhões, não prevê o aumento do número de lojas, nem a modernização das já existentes. Conforme o superintendente, o diagnóstico já está sendo feito pela empresa Gérance.
Um dos principais objetivos do projeto é suprir a demanda cada dia maior por vagas para automóveis. Hoje, o Mercado Central oferece 420 espaços rotativos no segundo andar da sede, na Avenida Augusto de Lima, e outros 184 em um estacionamento na Rua Curitiba.
Braga calcula que, diariamente, mais de 2.700 veículos circulem pelo local. Nos finais de semana, a demanda por vagas aumenta ainda mais, pois o número de visitantes pula de 30 mil para 56 mil visitantes. Consequentemente, a demanda por vagas também cresce.
Se o projeto sair do papel, atrações como o Festival Gastronômico, cuja última fase acontece no próximo final de semana, poderão ser realizadas em áreas específicas para eventos. Atualmente, elas acontecem em um local isolado, junto ao estacionamento. As obras ainda não têm previsão para começar. “A nossa preocupação agora é preparar o mercado para as festas de final de ano, com decoração de Natal”, diz Luiz.
Neste ano, o Mercado completou 81 anos. É ponto de encontro dos belo-horizontinos e destino certo de qualquer turista que visite a capital mineira. Informações do site do Mercado contam que Belo Horizonte tinha apenas 31 anos quando a Prefeitura resolveu reunir, em um só local, os produtos destinados ao abastecimento dos seus 47 mil habitantes.
Na ocasião, a capital abrigava apenas duas feiras: na Praça da Estação e na Praça da Rodoviária, ambas no Centro da cidade. Foi assim que o Mercado Central nasceu, em 7 de setembro de 1929. Hoje, o centro de compras pertence aos comerciantes, que administram o condomínio.

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