15 de outubro de 2010

Domingo de alerta para a vacinação de adultos


A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está fazendo um alerta para a importância de se manter em dia o calendário de vacinação dos adultos. O professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da instituição, Jorge Andrade Pinto, ressalta ser esta a melhor forma de garantir a imunidade contra agentes de doenças que o organismo não estaria preparado para combater.
O alerta vem às vésperas do Dia Nacional da Vacinação, comemorado em 17 de outubro, domingo. A maioria das vacinas pode ser encontrada em postos de saúde da cidade, embora algumas só estejam disponíveis em clínicas privadas de imunização.
“Culturalmente, nós brasileiros vinculamos aplicação de vacinas somente para crianças, o que é um erro. Vacina é importante em diversas faixas etárias, e de acordo com as necessidades de cada um. Os jovens, adultos e especialmente os idosos devem ficar atentos para reforços”, alerta, Jorge Pinto.
Segundo o especialista, programas nacionais de vacinação para estas faixas etárias devem ser atendidos prontamente. Entre os exemplos, ele cita a vacina contra a gripe, que não deve ser restrita a maiores de 60 anos, mas a todos os adultos, e o tétano. Este último pode acometer pessoas em qualquer idade, e a imunização deve ser repetida a cada dez anos, tempo que dura seu efeito protetor.
O médico lembra também que o adulto que não está com seu cartão de vacinação em dia, além da própria saúde, coloca a sociedade em risco. Isto diante da possibilidade do aparecimento de doenças até então erradicadas. Exemplos recentes são dos surtos de sarampo e catapora, ocorridos em várias cidades brasileiras.
“Além disso, essas doenças quando afetam adultos são mais perigosas, em função da resposta imunológica do paciente, que é variável”, alerta o professor. Ele destaca ainda que para os adultos de boa saúde e fora de qualquer grupo de risco, as reações mais comuns às vacinas são dor no local da aplicação, além de algum mal estar, que pode ou não ser acompanhado de febre. Já quem tem comprometimento no sistema imunológico deve tomar mais cuidado, uma vez que pode apresentar reações intensas.
“As vacinas, atualmente, são seguras e os efeitos adversos, geralmente, são pequenos e muito menos graves do que a doença que pode ser contraída caso a pessoa não se vacine”, observa Andrade.
Mesmo vacinas que não estão disponíveis nos postos para adultos devem ser tomadas em clínicas particulares, entre essas a da Hepatite B. Transmitida pelo sangue, em geral não apresenta sintomas. Alguns pacientes se curam naturalmente. Em outros, a doença pode se tornar crônica, levando a lesões do fígado que podem evoluir para a cirrose. A vacina (aplicada em três doses) é gratuita para jovens até os 19 anos ou em qualquer fase da vida, caso o adulto faça parte de um grupo de risco (pessoas que tenham contato com sangue, como profissionais de saúde, podólogos, manicures, tatuadores e bombeiros, ou que tenham relacionamentos íntimos com portador da doença). Fora isso, qualquer adulto, em clínicas particulares.

Atenção especial para os viajantes

Quem viaja muito, tanto para o exterior quanto para determinadas regiões do Brasil, também deve ficar atento. Há países em que o viajante só entra com o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP). O documento comprova a vacinação contra a febre amarela e outras doenças.
A lista com os países que exigem o certificado está disponível na Internet no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) - www.who.int. Outro local de informação confiável é o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (www.cdc.gov), além do site do Ministério da Saúde (www.portaldasaude.gov.br).
A vacina contra a febre amarela, por exemplo, é exigida em 120 países, incluindo o Brasil. A doença é encontrada nas regiões tropicais da África e América do Sul. Na África, onde existe maior disseminação, é endêmica em 34 países. Na América do Sul, nos últimos 20 anos, sua ocorrência tem sido registrada em oito países, além do Brasil: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Venezuela e Argentina.
No Brasil, zonas rurais no Norte e no Centro-Oeste e alguns municípios dos estados do Maranhão, do Piauí, da Bahia, de Minas Gerais, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são endêmicas.
Para estar protegido, o viajante deverá ser vacinado no mínimo dez dias antes de sua viagem. Esta vacina terá validade de dez anos, devendo ser novamente administrada até o final desse período. A validade do CIVP corresponderá ao tempo de validade da vacina.

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