19 de outubro de 2010

Comércio terá Natal 'gordo' com aumento do consumo


O comércio e as companhias brasileiras podem comemorar. A produção industrial brasileira no terceiro trimestre vai acelerar, melhorando as perspectivas para o fim do ano. As empresas estão se preparando para um Natal “gordo”, devido ao crescimento do consumo da população brasileira, de acordo com a carta de conjuntura de setembro divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta segunda-feira (18).
“O mercado interno apresenta as condições necessárias para a manutenção de uma demanda aquecida. Sazonalmente afetada pelo efeito do crescimento do varejo nos finais de ano, as empresas vêm se preparando para um Natal “gordo”.
A explicação para a previsão de vendas mais fortes no Natal é simples. O alto nível de confiança do mercado na economia brasileira vai manter os estímulos ao consumo, o que já levou a indústria a intensificar as horas trabalhadas, contratar trabalhadores temporários, ampliar o parque industrial - com a inauguração de novas fábricas - e adquirir maquinário. Além disso, contribui para o aumento das vendas a alta do crédito disponibilizado para os brasileiros.
Em agosto, o saldo total de crédito disponibilizado em todo o Brasil atingiu R$ 1,583 bilhões, ou 46,2% do PIB (Produto Interno Bruto). Em relação a julho, o estoque cresceu 2,2% e, em relação aos 12 meses anteriores, 19,2%. Diante desses números, o BC (Banco Central) revisou o crescimento do saldo em 2010 para 22% ante os 20% anteriormente estimados, mantendo a previsão da relação crédito sobre PIB em 48%.
Os números mostram que as modalidades aquisição de veículos e financiamento imobiliário são as que crescem de forma mais consistente, ainda que, em termos, de volume as modalidades de cheque especial e cartão de crédito sejam predominantes.
Mesmo com a previsão positiva para o comércio, Roberto Messenberg, economista coordenador do Gap (Grupo de Análise e projeção do Ipea), afirma acreditar que o governo precisa colocar um freio no crédito disponibilizado se quiser desenvolver de forma sustentável o crescimento brasileiro.
"O governo tem que manter um monitoramento do crédito para evitar que haja bolhas de endividamento e de consumo. Uma das formas seria diminuir a alavancagem permitida para que as instituições financeiras concedam crédito para a população. Claro que o mercado financeiro não vai gostar, mas é importante que se criem obstáculos para evitar hiperconsumo".

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